domingo, 20 de novembro de 2016

Período Regencial-Questões de múltiplas alternativas-2



1) (UFV) "Nas Revoltas subseqüentes à abdicação, o que aparecia era o desencadeamento das paixões, dos instintos grosseiros da escória da população; era a luta da barbaridade contra os princípios regulares, as conveniências e necessidades da civilização. Em 1842, pelo contrário, o que se via à frente do movimento era a flor da sociedade brasileira, tudo que as províncias contavam de mais honroso e eminente em ilustração, em moralidade e riqueza."

(TIMANDRO. "O libelo do povo", 1849)

O texto anterior estabelece uma comparação entre a composição social das rebeliões do início do período regencial e da revolução liberal de 1842. Essa visão refletia as distorções do ponto de vista da elite senhorial escravista ao julgar os movimentos populares. Historicamente, a CABANAGEM e a BALAIADA são consideradas:



a) grandes revoltas de escravos, liberadas por Zumbi dos Palmares.

b) revoltas contra a dominação da metrópole portuguesa, no contexto da crise do antigo sistema colonial.

c) revoltas de proprietários brancos, contrários à centralização política em torno da pessoa do Imperador.

d) conflitos raciais e de classe, envolvendo índios, vaqueiros, negros livres e escravos.

e) rebeliões sociais que, com o apoio dos militares, pretendiam a proclamação da república e o fim da monarquia.


Resp. D
Comentário - Cabanagem (1835-1840), também denominada Guerra dos Cabanos, foi uma revolta de caráter social ocorrida na Província do Grão Pará, no Brasil. A denominação Cabanagem remete às cabanas, tipo de habitação da população ribeirinha mais pobre, formada principalmente por mestiços, escravos libertos e índios. Balaiada – Revolta popular ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841. Grande parte da população pobre do estado era contra o monopólio político de um grupo de fazendeiros da região. Estes fazendeiros comandavam a região e usavam a força e violência para atingirem seus objetivos políticos e econômicos.




2) (FUVEST) Sobre a Guarda Nacional, é correto afirmar que ela foi criada:
a) pelo imperador, D. Pedro II, e era por ele diretamente comandada, razão pela qual tornou-se a principal força durante a Guerra do Paraguai.

b) para atuar unicamente no Sul, a fim de assegurar a dominação do Império na Província Cisplatina.

c) segundo o modelo da Guarda Nacional Francesa, o que fez dela o braço armado de diversas rebeliões no período regencial e início do Segundo Reinado.

d) para substituir o exército extinto durante a menoridade, o qual era composto, em sua maioria, por portugueses e ameaçava restaurar os laços coloniais.

e) no período regencial como instrumento dos setores conservadores destinado a manter e restabelecer a ordem e a tranqüilidade públicas.


Resp. E
Comentário – O país vivia um momento de intensa luta política e social, pois enquanto os membros do Partido Restaurador defendiam o retorno de D. Pedro I, as forças liberais apoiavam a Regência Trina e viam no Exército um pilar de sustentação do despotismo de D. Pedro I. Sendo assim, era preciso garantir o fortalecimento do poder central, conciliar os interesses do governo imperial com os dos mandatários locais. Foi neste contexto que a Guarda Nacional foi criada.





3) (UFMG) A organização do sistema político foi objeto de discussões e conflitos ao longo do período imperial no Brasil. Com relação ao contexto histórico do Brasil Imperial e aos problemas a ele relacionados, é CORRETO afirmar que:

a) a centralização do poder foi objeto de sérias disputas ao longo de todo o século XIX e explica várias contendas internas às elites imperiais, como a Rebelião Praieira.

b) o Constitucionalismo ganhou força, fazendo com que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário se tornassem independentes e harmônicos, o que atendia às queixas dos rebeldes da Balaiada.

c) o Federalismo de inspiração francesa e jacobina foi uma das principais bandeiras do Partido Liberal, a partir da publicação do Manifesto Republicano, o que explica, entre outras, a Revolução Liberal de 1842.

d) os movimentos de contestação armada - como a Revolução Farroupilha, a Sabinada ou a Cabanagem - tinham em comum a crítica liberal às tendências absolutistas, persistentes no governo de D. Pedro II.


Resp. A
Comentário: A Revolução Praieira foi uma revolta de caráter liberal e federalista ocorrida na província de Pernambuco entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal comandado pelos liberais revoltosos (chamados de praieiros) localizava-se na Rua da Praia.





4) (UFMG) Os governos regenciais no Brasil (1831-1840) se caracterizaram por

a) buscar a afirmação do poder político central para satisfazer os exaltados.
b) fortalecer o poder político do Imperador, ao promover o Golpe da Maioridade.
c) promover a descentralização, o que gerou diversas revoltas regionais.
d) satisfazer o desejo dos moderados, que buscavam a restauração da monarquia.

Resp. C
Comentário – As reformas liberais: As reformas empreendidas não alteram as bases da organização sócio-política definida pela Constituição. As reformas satisfazem, sobretudo, os interesses liberais, frustrados no primeiro Reinado, de descentralização político-administrativa (Ato Adicional de 1834).
Em 1835 processaram-se as eleições para Regência Una – Os moderados, tomando como referência o Ato Adicional, restringiu-se em duas facções: progressista, defendendo o Ato e regressista, contrária a descentralização. A vitória nas eleições coube a Feijó. Apesar da diferença inexpressiva de votos (600 votos de diferença) a vitória de Feijó representou a ascensão dos progressistas.
Entretanto, nas eleições para o Legislativo, em 1836, venceram os regressistas: a aristocracia rural temia, agora, as conseqüências do avanço liberal. Eclodiram revoltas nas províncias: no Pará, a Cabanagem e no Sul a Farroupilha. Por outro lado Feijó faz pouco para detê-las, pelas suas características liberais.



5) (FGV) Leia atentamente as afirmações abaixo sobre a Guerra dos Farrapos e assinale a alternativa correta.
I - Foi a mais longa Guerra Civil do Brasil.

II - Constituíram-se, em meio à luta, das efêmeras Repúblicas: a Juliana, em Santa Catarina, e a Piratini, no Rio Grande do Sul.
III - Entre os participantes desse movimento estava a "heroína de dois mundos", a republicana revolucionária Ana Maria de Jesus Ribeiro – Anita Garibaldi.

IV - Trata-se de uma revolução de caráter popular em que as elites foram postas à margem durante todo o processo.

V - O desfecho da revolução foi sangrento. Não houve concessões nem anistia aos Farrapos. Todos foram executados.


a) Apenas I, II e III estão corretas;
b) Apenas II, III e IV estão corretas;
c) Apenas II, IV e V estão corretas;
d) Apenas III, IV e V estão corretas;
e) Todas as afirmações estão corretas.


Resp. A
Comentário – A Guerra dos Farrapos (1835 a 1845, duração de dez anos) aconteceu após Porto Alegre ser dominada, em 1835, por Bento Gonçalves. No ano imediatamente posterior, os insurgentes declararam constituída a República Rio-Grandense (República de Piratini), cuja capital instalou-se na vila de Piratini.

Não demorou muito para que esta revolta se estendesse pelo sul do país, chegando até Santa Catarina, local em que foi aclamada a República Juliana, a qual contou com a ajuda de Davi Canabarro, por terra, e Giuseppe Garibaldi – líder revolucionário naturalizado italiano –, por mar, transformando sua participação no movimento em um feito heróico para a história catarinense.

Giuseppe Garibaldi (italiano) veio para o Brasil com o único objetivo de contribuir na luta dos farrapos, conheceu Anita Garibaldi (conhecida como “heroína de dois mundos) , com quem se casou, e ganhou uma importante companheira de luta contra o império, sendo ambos venerados como heróis catarinenses até os dias de hoje.




6) (FGV) A abdicação de D. Pedro I em 1831 deu início ao chamado período regencial, sobre o qual se pode afirmar:
I. As elites nacionais reformaram o aparato institucional de modo a estabelecer maior descentralização política.

II. Foi um período convulsionado por revoltas, entre elas, a Farroupilha e a Sabinada.

III. D. Pedro II sucedeu ao pai e impôs, logo ao assumir o trono, reformas no regime escravista.

IV. O exercício do Poder Moderador pelos regentes e pelo Exército conferia estabilidade ao regime.


As afirmativas corretas são:

a) l e ll
b) I, lI e llI
c) l e llI
d) II, lll e lV
e) II e lV

Resp. A
Comentário – As reformas satisfazem, sobretudo, os interesses liberais, frustrados no primeiro Reinado, de descentralização político-administrativa (Ato Adicional de 1834).

Em 1835 processaram-se as eleições para Regência Una – Os moderados, tomando como referência o Ato Adicional, restringiu-se em duas facções: progressista, defendendo o Ato e regressista, contrária a descentralização. A vitória nas eleições coube a Feijó que representou a ascensão dos progressistas.

Entretanto, nas eleições para o Legislativo, em 1836, venceram os regressistas: a aristocracia rural temia, agora, as conseqüências do avanço liberal. Eclodiram revoltas nas províncias: no Pará, a Cabanagem e no Sul a Farroupilha. Por outro lado Feijó faz pouco para detê-las, pelas suas características liberais.




7) (FGV) A Revolta dos Malês:
a) Foi comandada por escravos e libertos muçulmanos que controlaram Salvador por alguns dias.

b) Foi iniciada por setores da elite maranhense contra as medidas centralizadoras adotadas pelo governo sediado no Rio de Janeiro.

c) Foi liderada por comerciantes paulistas contrários à presença dos portugueses na região das minas.

d) Foi articulada pelo setor açucareiro da elite baiana descontente com a falta de investimentos do governo imperial.

e) Estabeleceu uma ampla rede de quilombos em Pernambuco, desafiando a dominação holandesa.


Resp. A
Comentário – A Revolta dos Malês foi uma mobilização de escravos (e livres) de origem islâmica, ocorrida na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835 na cidade de Salvador, capital da então província da Bahia, no Brasil. O movimento organizou-se em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos que fossem muçulmanos, sendo que a tomada do governo constituía um dos principais objetivos dos rebeldes. "Malê" é o termo que se utilizava para referir-se aos escravos muçulmanos.



8) (PUC-RJ) As alternativas abaixo apresentam exemplos de permanências ou continuidades na formação social brasileira, ao longo da primeira metade do século XIX, À EXCEÇÃO DE:

a) a família patriarcal extensa.
b) o trabalho escravo negro.
c) o exclusivo comercial.
d) a economia de base agrícola.
e) o regime de padroado.


Resp. C
Comentário – Em 1808, a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, o D. João VI através de Carta Régia decretou a abertura dos portos a todas as nações amigas.
O liberalismo só era bem visto pelos portugueses em sua terra natal, pois para o Brasil exigiam a recolonização. Na realidade, apesar de mostrar-se liberal, a burguesia lusa era predominantemente mercantilista, pretendendo tirar Portugal da Crise econômica restabelecendo o monopólio de comércio sobre o Brasil. Em outras palavras, exigia o retorno do pacto colonial; porém, os portos brasileiros permaneceram abertos.




9) (PUC-RS) A Revolução Farroupilha (1835-1845) no Rio Grande do Sul, inscrita no quadro nacional de revoltas provinciais, apresenta um conjunto complexo de condicionamentos específicos. Do ponto de vista econômico, é correto apontar como um desses condicionamentos

a) o incentivo do governo central à economia colonial alemã e italiana, em prejuízo da pecuária.

b) as restrições legais do governo central ao ingresso de escravos nas charqueadas gaúchas.

c) a proibição da livre exportação de trigo e gado sul rio-grandenses para o Uruguai e a Argentina.

d) a falta de estímulo estatal à nascente indústria gaúcha, que competia desigualmente com o Rio de Janeiro e São Paulo.

e) a importação do charque platino, sem proteção para a produção similar gaúcha no mercado interno brasileiro.


Resp. E
Comentário – As principais razões da revolução sobressai a de ordem econômica. A base material gaúcha assentava-se na criação de gado e, principalmente, na indústria do charque, que era vendido a várias Províncias Brasileiras. No entanto, os fazendeiros sentiam-se prejudicados pela política tributária opressiva adotada pelo governo central. Não bastasse o peso dos impostos, o governo estabeleceu uma baixa taxa alfandegária para a carne salgada, que barateava os preços do produto importado, excluía o produto rio-grandense de alguns mercados.

Além da taxa de importação baixa, a indústria riograndense de charque, de base escravista, competia em desvantagem, com a produção dos “saladeros” platinos, cuja produção estava assentada no trabalho assalariado. Nesta última, a especialização profissional conferia maior produtividade.




10) (PUC-MG) Com a abdicação de D. Pedro I, o Brasil entra no período denominado regencial (1831/40), caracterizado por, EXCETO:

a) intensa agitação social, expressa nas rebeliões ocorridas em vários pontos do país.

b) diminuição da interferência britânica na economia no pós-1827, época do término dos tratados comerciais de 1810.

c) fortalecimento do poder político dos senhores de terra, com a criação da Guarda Nacional.

d) dificuldades econômicas geradas pela ausência de um produto agrícola de exportação.

e) agravamento da crise financeira com a utilização de recursos em campanhas militares desvantajosas, como a Guerra da Cisplatina.


Resp. B
Comentário – A influência da Inglaterra não diminuiu no Período Regencial. O Brasil sempre foi um mercado consumidor muito importante para a Inglaterra. No processo de emancipação política do Brasil, a Inglaterra viu-se numa posição delicada. Uma série de tratados estabelecia uma relação de amizade com Portugal, e dava mesmo direito a este de solicitar ajuda à Inglaterra contra qualquer país estrangeiro. Na interpretação de Portugal, este direito se estendia à problemas com as colônias, e portanto, ao Brasil no momento da separação. Por outro lado, o montante do comercio inglês no Brasil superava em muito àquele com Portugal, e era de seu interesse manter boas relações com o novo império americano. Desta forma, a Inglaterra esforçou-se muito para conseguir o reconhecimento da independência brasileira junto à Portugal, de maneira a não ser necessário quebrar seus tratados com a nação européia e ao mesmo tempo manter-se como maior influência econômica no Brasil.

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